segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Matéria publicada no G-1-CE,"


09/12/2011 12h52 - Atualizado em 09/12/2011 13h14 

Menina morre após receber anestesia em hospital do Ceará, diz família

CRIANÇA CAIU, CORTOU A CABEÇA E DESMAIOU QUANDO MÉDICO SUTURAVA CORTE.
HOSPITAL DIZ ESPERAR LAUDO DOS EXAMES DO CORPO PARA 'TOMAR PROVIDÊNCIAS'.

Diana Vasconcelos e Giselle Dutra Do G1 CE
Corpo de Kayane deve ser enterado nesta quinta-feira  (Foto: Família/Arquivo Pessoal)Corpo de Kayane deve ser enterado nesta quinta-feira (Foto: Família/Arquivo Pessoal)
Uma criança de oito anos morreu após receber anestésico no hospital municipal de Chaval, a 408 km de Fortaleza, segundo a família e profissionais da unidade. De acordo com o tio da menina, Manuel de Souza, ela foi levada ao hospital em 1º de dezembro após cair no banheiro quando tomava banho.
"Ela cortou a cabeça no vaso sanitário na queda. No hospital, o médico foi aplicar a anestesia para costurar a cabeça e disse que a anestesia não pegava. Ele aplicou várias vezes", disse. O laudo que vai indicar a causa da morte sai em 15 dias, segundo a família.
De acordo com o tio, Kayane Carvalho Rocha foi transferida para um hospital no município vizinho de Parnaíba, no Piauí, uma hora depois e já inconsciente. No caminho, faltou oxigênio na ambulância, a menina não teve socorro adequado durante uma parada cardiorrespiratória. Ao chegar no Piauí, acrescenta Manuel Sousa, ela passou por reanimação, mas o médico que recebeu a criança disse que ela estava morta, mantida pelos aparelhos. "O pai dela não aceitou que tirassem as máquinas", disse.
A criança deve ser enterrada em Chaval nesta sexta-feira (9). "Está uma comoção em Chaval", afirmou Souza. A família informou que o corpo da criança passou por perícia em Parnaíba, o sangue foi colhido para exames e o resultado deve ficar pronto em até 15 dias.
Hospital municipal de Chaval
Segundo informações do Hospital Elisete Cardoso Passos Pacheco, a menina deu entrada às 12h no dia do acidente. A diretora da unidade, Elisamar Pereira dos Santos de Araújo, afirma que no relatório passado para ela a criança chegou ao hospital lúcida e sem hemorragia. “Ela chorava muito, mas segundo a equipe, por estar com medo dos procedimentos”, conta Elisamar.
“Ela passou por uma avaliação médica e a sutura foi iniciada com a anestesia. Mas, ela começou a ter desmaios e sofreu convulsões. Perguntei aos profissionais que estavam lá e eles me disseram que houve uma dosagem excessiva de anestésicos e tudo foi aplicado pelo próprio médico”, disse a diretora. Na ocasião, segundo familiares da criança, o médico justificou as reações como sendo consequências de alergia.
O médico dá plantões de 24 horas todas as quintas-feiras na unidade hospitalar, mas trocou o plantão do dia 8 com um outro colega. A direção do hospital não soube informara ao G1 o paradeiro do médico. Mas disse que tomará providências após receber o laudo dos exames. “Estamos sensibilizados com o caso. Tomamos todos os relatos necessários e se for apurado realmente que houve esse excesso, vamos tomar as medidas cabíveis inclusive na Justiça, auxiliando a família”, afirmou Elisamar.

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