Dilma Rousseff deve pedir que todos os ministros dividam os desgastes causados pelo ajuste orçamentário
Brasília. Dilma Rousseff abre hoje, às 14 horas, no Palácio do Planalto, a primeira reunião ministerial do seu governo. No encontro, ela alertará a equipe sobre a necessidade de adotar "procedimentos éticos" e dividir com os ministros da área econômica ônus políticos que podem ser provocados por cortes orçamentários. O ajuste nas contas de cada pasta é considerado "inevitável" pela presidente. A previsão é que o encontro se estenda até as 18 horas.
A abertura da reunião será feita pela própria Dilma. Em uma explanação que deverá ser transmitida ao vivo pela NBR, emissora do governo.
Desgaste dividido
Durante o encontro, ela exigirá dos ministros que dividam com Guido Mantega (Fazenda) e Mirian Belchior (Planejamento) os desgastes que podem ser causados pelo ajuste orçamentário.
O comportamento do ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que no governo Lula reclamava da falta de orçamento, é lembrado no Planalto como exemplo de postura que Dilma não aceitará por parte dos subordinados. Ela avalia que não há clima político para a criação de um novo imposto para financiar a saúde e diz que a limitação de recursos é uma forma de conhecer a capacidade "gerencial" de um ministro.
No encontro de hoje, a presidente deverá ressaltar, segundo auxiliares, que na falta de recursos é preciso, mais do que nunca, fazer o melhor possível.
Após a fala da presidente, o ministro Guido Mantega apresentará um quadro da situação econômica e mostrará limites orçamentários. Os ministros serão informados oficialmente que, em breve, será criado um conselho de Gestão e Competitividade. O novo órgão irá auxiliar a presidente a acompanhar as ações das pastas e os números apresentados pelos titulares das pastas.
Mural polêmico
A administração do Palácio do Planalto retirou da parede de um dos corredores do prédio anexo ao que a presidente despacha um mural que expunha a política de apadrinhamentos políticos do governo. Havia perfis pouco lisonjeiros para alguns dos 37 ministros escolhidos. A maioria dos históricos de cada integrante do ministério "técnico" e "ético" do governo incluía também o nome do padrinho político do escolhido.
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